Ansiedade Infantil: Sinais, Causas e Como Ajudar Seu Filho Antes que Piora
- Alisson Lima - Psicólogo e Neuropsicólogo Clínico
- 5 de mai.
- 3 min de leitura
Ansiedade Infantil: Sinais, Causas e Como Ajudar Seu Filho Antes que Piora
O que é ansiedade infantil?
A ansiedade infantil é uma condição emocional que afeta um número crescente de crianças em todo o mundo. Embora sentir medo ou insegurança seja parte natural do desenvolvimento, quando essas emoções se tornam intensas, frequentes e prejudicam o dia a dia da criança, estamos diante de um quadro de ansiedade que precisa de atenção.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 7% das crianças apresentam transtornos de ansiedade — um número que cresceu de forma alarmante nos últimos anos, especialmente após a pandemia.
Principais sinais de ansiedade em crianças
É comum que os sintomas passem despercebidos, pois muitas vezes são confundidos com “manha”, “timidez” ou “fase”. Porém, reconhecer os sinais de ansiedade infantil é fundamental para agir a tempo.
Veja os sinais mais comuns:
Dores de barriga ou de cabeça sem causa aparente
Medo intenso de separação dos pais
Irritabilidade e crises de choro
Dificuldade para dormir ou pesadelos frequentes
Preocupação exagerada com escola, provas ou amigos
Comportamento de evitação (não querer ir à escola, por exemplo)
Perfeccionismo extremo e medo de errar
Isolamento social
Esses sintomas podem se manifestar no corpo, nas emoções e no comportamento. Se duram mais de algumas semanas e interferem na rotina da criança, é importante buscar ajuda.
Ansiedade ou medo normal? Entenda a diferença
É natural que crianças sintam medo em determinadas fases do desenvolvimento, como medo do escuro, de trovões ou de estranhos. A diferença entre o medo normal e a ansiedade patológica está na intensidade, duração e impacto funcional.
Se o medo:
Persiste por meses,
É desproporcional ao contexto,
Ou impede a criança de viver normalmente,
então é hora de olhar com atenção.
O que causa ansiedade na infância?
A ansiedade infantil pode ter várias causas combinadas:
Predisposição genética e temperamento sensível
Experiências traumáticas ou estressantes
Mudanças bruscas na rotina ou ambiente familiar
Exposição excessiva a telas e redes sociais
Pressão por desempenho escolar
Estilo parental ansioso ou superprotetor
A boa notícia é que existem estratégias práticas para ajudar.
Como ajudar uma criança ansiosa?
Aqui estão atitudes simples e poderosas que os pais podem adotar:
1. Valide os sentimentos da criança
Evite frases como “isso é bobagem”. Em vez disso, diga: “Eu vejo que você está com medo. Vamos passar por isso juntos.”
2. Crie uma rotina estável
A previsibilidade traz segurança emocional.
3. Ensine técnicas de respiração e relaxamento
Use brincadeiras ou jogos para ensinar como respirar fundo e se acalmar.
4. Dê autonomia gradual
Permitir que a criança enfrente desafios aos poucos fortalece sua autoestima.
5. Procure ajuda especializada, se necessário
Se os sintomas forem intensos ou duradouros, um psicólogo infantil pode ajudar com intervenções específicas e personalizadas.
Quando procurar ajuda profissional?
Se a ansiedade da criança:
Interfere na escola,
Prejudica relacionamentos,
Ou gera sofrimento visível,
então é hora de procurar um profissional de saúde mental infantil. Intervenções precoces são altamente eficazes e podem mudar o futuro emocional da criança.
Assista: vídeo completo sobre ansiedade infantil
🎥 Quer entender melhor os sinais e como agir na prática?Assista ao vídeo completo do psicólogo Alisson Lima no canal Momentos Psi:
Fontes científicas:
Racine et al. (2021) – JAMA PediatricsMeta-análise sobre ansiedade e depressão em crianças durante a pandemia
Polanczyk et al. (2015) – Journal of Child Psychology and PsychiatryPrevalência global de transtornos mentais na infância
Conclusão
A ansiedade infantil é um desafio crescente, mas com informação, empatia e apoio adequado, pais e educadores podem fazer uma enorme diferença.Fique atento aos sinais, valide as emoções da criança e saiba que pedir ajuda não é fraqueza — é cuidado.
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